segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

o meu azar

Que azar o meu

encontrar

no meio do caminho

essa pedra mole que é o coração,

viver do seu suco

e dançar sua canção.

Que azar o meu

tropeçar,

chutar,

e ser derrubada

sempre pela mesma pedra

que é o coração.

Já me alertaram que esse é o problema,

e se quer saber

não há nenhuma solução,

a não ser, ignorar esse ser ignorante

sem tamanho e sem noção

que é o meu detonado coração.

Essa pedra.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Inspiração "baianística"


"E no mais, tudo na mais perfeita paz, sendo que eu assumo isso mesmo quando se diz que já acabou, ainda quero morrer de amor"


(Um grito, como um brinde, de quem anda com um medo enorme dessa vida aí...)


quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eu gosto.



Minha poesia anda parada
Talvez pelas palavras atrapalhadas
Talvez pelos versos que insistem em ficarem soltos por aí
Mas posso afirmar, com todo carinho
Que minha boca anda doce
Com gosto de fruta
Goiaba, laranja, morango e até melancia
É tudo isso bem batidinho
e esse gosto, amigo
esse gosto me é bem calminho.
Eu gosto.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

memória

Que nem poema de coitado

De filho da puta, de destrambelhado,

De exagerado, a dramática,

De quem tá só irritado,

Que versos pingam no colchão,

Trazendo hora um amor que sim,

Trazendo hora um amor que não,

Arrastado por entre as risadas e as canções,

Vai aquilo que aos poucos irá adormecer com outros cães:

O coitado, de um filho da puta,

Destrambelhado, exagerado, à dramático

O azar do coitado, de quem tá só irritado.

Um amor,

Uma lembrança,

Que lembre um poema.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

à fase.


Parece que já faz tanto tempo que tudo acabou. Parece que faz uma vida que você me deixou.

Não encontro mais nenhum rastro no meu quarto, a não ser a cama vazia que tem hora que grita e grita querer companhia, não consigo chorar mais por muito tempo como antes, nem me descabelar feito doida. Meu ultimo soluço foi no domingo da semana passada.

Depois de picos de desespero e coração apertado, acender o cigarro virou arte para descanso e organização de idéias, qualquer fuga é muito bem vinda, uma distração para a mente e alguma outra para o corpo ajuda a manipular qualquer coisa que já tenha me apavorado. Só sinto ter aprendido a viver sem meu desespero de raiz agora, mas ainda não tenho certeza.

Havia alguém na minha janela ontem, esperando a “família” abrir a porta para mais uma noite de risos e distrações para três cabeças cansadas e três peitos doloridos, mas isso se torna até uma tragédia se lembrar que nossa história, essa mesma história, já está correndo por aí faz tempo, e é tudo tão parecido. Talvez seja o excesso de sentimento e corpo dos três patetas que faça do amor, aquele que se esqueceu de viver, algo maior que o mundo. E nós sempre exageramos.

Tenho uma pilha de livros ao lado da cama, muitas novidades e histórias inéditas para contar. Tenho também, hoje, uma fitinha de sol esquentando o lençol ao meu lado, preguiça de falar sobre a vida e fome, muita fome de gente feliz.


Obs. Tenho vontade também de sapatilhas amarelas para subir as escadas do prédio de olhos vendados, como aquela carta que o Caio Fernando um dia escreveu.

Eu abracei como os namorados da mesma.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Coração

...inútil por falta de vontade

burro por natureza

e triste quando fica só

Não sabe mais quais das besteiras que faz

disfarça, dá uma risadinha

e sai manso pro banheiro mais próximo.

A casa, finalmente depois de uma semana, se acalma

meus pés largados no ar por falta de alcançar o chão

é uma tristeza enorme

que de repente

queima o meu coração.


Existem coisas capazes de matar.

Seu sorriso estampado também faz.

Tirando a falta de rima que deixou na minha vida

e essa música de fundo no peito

os cacos que viraram meu coração estão pinicando um pouquinho menos.

(O que é uma grande mentira).

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Eu perdi o você de mim.
Você perdeu o eu de você.
Será que eu me perdi de você?
ou será que você que se perdeu de mim?

sábado, 17 de setembro de 2011

Os mil perdões

Perdoe-me por gostar
Perdoe-me por chorar
Perdoe-me por sentir como eu sinto.
Perdoe-me por querer o gosto do que gosto.
Perdoe-me por te fazer chorar.
Perdoe-me por sentir o que eu não sinto.
Perdoe-me por ser fraca
e distraída.
Perdoe-me por ter deixado brotar no meu peito
uma coisa tão dolorida...
Perdoe-me por todo esse sofrimento teu
E pelo meu
E me perdoe pelos mil perdões,
ou não perdoe nada.
Porque agora o texto acaba
E o amor que é tão nosso
Cresce
E dele eu já não sei mais nada.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Algum dia

Ela queria rechear a vida de fotos antigas e coloridas, desbotadas sim, por que não?

Ter ainda a velha cachorrinha e os gatos dormindo no braço do sofá

Ela queria lembrar o tempo dos corredores, das corredoras, das nadadoras

Ela queria lembrar o porquê dos risos, o porquê das festas, o porquê dos sonhos

Ela queria lembrar o porquê do abraço;

Do pé descalço;

Da saudade;

E do amaço (ou seria amado?).

Ela queria mesmo é lembrar como eram as coisas,

Antes mesmo de conhecê-las

Ela queria era mesmo viver, todas as coisas

As sonhadas, e aquelas tão esperadas

Que um dia...

Que um dia...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

AtoFalho

Tudo aquilo que considerei bonito acaba sempre ignorado

Meu ser sempre atormentado

Que não se cansa de atormentar sozinho

Tem sempre que transformar a minha tempestade

Na tempestade de quem era pra ter só carinho

Qualquer coisa parecida com angústia sempre me chega de mansinho

Acaba com meu dia

Distorce a poesia

E apaga o que tinha de, talvez, limpo caminho.

Tínhamos tudo para sorrir, até mesmo sozinhos

Eu aqui, no meu canto, quieto e frio

Você aí, no seu canto, calmo e quentinho

Só esperando para nos encontrarmos no começo do caminho

Mas a espera pra mim parece triste

E tudo o que vejo, não fica só na superfície.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Pintura

Gostaria de pintar esse céu vermelho de inverno
Gostaria de pintar todo o branco de um sorriso
De pintar a flor roxa do ipê florido
E colorir o miado dos gatos, que é tão bonito.
Se nosso amor não tivesse tantas cores sem nomes, eu o pintaria também.
Já tentamos nossas fotos em preto e branco
E hoje o dia estava com cara de quadro
Eu de preto e roxo, e você de jeans com o cabelo bagunçado

Que bela e infinita imagem, amado.
O vento no rosto
E meu sorriso na cara...

terça-feira, 28 de junho de 2011

Ao nosso amor


Ao coração e ao seio que não descansam sem a mão que chega mansa

Ao amor que abandonado chorou no canto da esperança

À vida que veio doce para nos tirar da agonia

E viver agora e pra sempre em sintonia

Quanto amor enxergo nessa hora

E de tanto, quero viver em cama pequena

Com o encaixe de toda nossa noite serena.

E com você, meu bem, a valsa é diferente, dançamos do nosso jeito torto e tonto, mas com muita felicidade.

No fundo fomos feitos um para outro, nas nossas melhores medidas e encaixes. É verdade!

Te amo.

sábado, 18 de junho de 2011

O meu lado;

Não sei por que aquela mão linda ainda está em mim
Em meu seio quando a noite está a cair
E os pés em meus pés sem meias no frio que vinha com o nosso encontro.
Ainda dói a ausência da minha coisa amada
Que me destrói a alma
Não há nada mais que me sirva de borracha
Nenhuma outra mão
Nenhum outro pé
Nenhum outro som, que não seja o da sua risada.
Nesse triste caminho que escolhi, vi.
Não se deixa nunca o coração de lado.

Te encontro em breve para um café, para qualquer discussão, e te direi “Você tem razão”.

domingo, 12 de junho de 2011

Da noite dos namorados

É feia a noite fria que chega

Em pensar que nessa data comercial, poderiamos estar juntos curtindo sermos um casal

Você esteve leve, aposto que lindo, dançando e sorrindo

Eu acordei feia, com frio, e fora do teu ninho.


Além de nós

Ficou guardado comigo meu grito, meu espasmo

De quem te ama, bem baixinho.

Esperando nunca receber o seu silêncio, nem o seu escarro.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Do(eu)

Nada mais, nada além daquele cheiro doce da minha vida ficou

Tudo desceu pelo ralo, então, o cheiro ficou

Vestígios de banhos

De sonhos

De dores e amores que permanecem no chão, por enquanto.

Calmapex, receitas, chocolate e comédia não passam pela minha peneira.

De tudo o que conseguiu ser engolido pelo ralo, quem não desceu fui eu.

E o ralo,

o ralo sou eu.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Até o fim.

Vai que cedo eu ainda morra

Já que a linha da vida desenhada em minhas mãos são as mais curtas

E das distrações sempre longas, sempre maiores, vem sempre um acidente.

A fumaça na janela da cozinha fazia uma curva

Mais ou menos querendo me mostrar o caminho

O caminho que era do lado de fora de cá

E o caminho que mora dentro, a cá

a cada dia se entristece

Se desfaz

E se faz

Se faz novo

Em vida

E cor

Daquele azul céu que desenhamos

Ou do breu que deixamos

Te juro, ficaram desenhos bonitos em nuvens

E estrelas distraídas

Até minha linha acabar.

E tudo foi culpa do Querubim, daquele anjo safado.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Hoje também venta


Eu estava naquela caminhada, de costas

Ventava, me queimava com o sol que ardia na paisagem Paranaense que eu nem se quer conhecia

Alguma das fotos eu sei que você batia

Lembro bem das tartarugas, das árvores que tinha

Dos presentes que escolhemos, e do frio que também fazia

Lembro da manhã tão rápida e fugitiva, em que resolveu voltar

E da tarde, tão confundida, em que resolvemos partir.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Um Ser


Você vem e vai dentro de mim

Mergulha em mim

Está presente em minhas lágrimas e escondido entre meus risos

Você está.

Você é uma onda.

A onda que me criou

Que me sustentou

Que me levantou

E me desabou.

Você é o meu amor.

Meu amor próprio

Meu amor mesquinho

Meu egoísmo

Minha falta de coragem/constante covardia.

Tudo que sou é você.

Nossas Clarices

Nossas chatices

Estou triste e você existe.

Nessa tragédia de nossas vidas, nessas linhas paralelas que não se cruzam mais, estou sem ar.

Sem fôlego.

Desabada e acabada

Afogada nessa onda que você é, quase sem um salva-vidas.

Preciso que salve minha vida, mais uma vez.

E esse seu silêncio, essa falta de grito e de voz tão sua me causa um escândalo, um escândalo em meu Ser e não ser você!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Olhos doloridos, enfim.

"É de imaginar bobagem
quando a gente liga na televisão
toda dor repousa na vontade
todo amor encontra sempre a solidão

todos os encontros, todos os poemas
manda me avisar, manda me avisar

todos os embates, todos os dilemas
manda me avisar, manda me avisar
eu sei, todo ser humano
ai ai

Pode ser um anjo"

Marcelo Camelo

"Ah solidão, foge que eu te encontro, que eu já tenho asas..."

segunda-feira, 18 de abril de 2011

por um fio, entre o calor e o amanhã.


Quero cadeira de balanço, proteção, carinho, chá, colo, calor e coração. Lua amarela, branca, com poste ou não. Beijos, sorrisos e saudades, sem nó nem sanidade. Deixe a cama apertar ou não, não importa, tanto faz o lençol gelado ou o trovão, só quero alguém do lado. Tanto faz o colorido ou o preto no branco, tanto faz, tanto faz. Em qual piscadela ficou minha paz?


“No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas

que o vento não conseguiu levar:

um estribilho antigo

um carinho no momento preciso

o folhear de um livro de poemas

o cheiro que tinha um dia o próprio vento...”

Mário Quintana

quarta-feira, 23 de março de 2011

Com amor.

É como se a loucura fosse o lado mais bonito de ser humano que eu já conheci, é por me olhar no espelho após me ver chorar e simplesmente me acalmar e rir, às vezes até dançar que enxergo que nada é tão ruim assim.

É como se o ciúme, se a tristeza fosse o lado mais bonito de amar, como se a dor existente fosse exatamente o que faz a roda girar, o mundo girar, a vida andar.

Encher a cara, rir e chorar. Não era daquele porre de outro mundo que precisava. Não era do álcool nem da ligação. Era da dor. Era de sofrer pra depois sorrir com mais vontade, com mais raiva, com mais prazer.

Nada é tão ruim assim, nada. Nem o medo da vida que vem, que é, é tão ruim assim.

Lembrei-me daquele poema que me deu certa vez, dizendo da separação. Ele me caiu em cima, perdido entre meus dedos que quase nem lembrava mais. Nostalgia.

Lembrei-me daquela poesia que me fez bêbado na cozinha da casa do teu tio, me caiu na memória de gente sã. Nostalgia.

Eu não lembraria com tanta saudade e alegria se não estivesse tão triste. E é essa dualidade humana que é o lado mais bonito. Estou feliz por não ser feliz o tempo todo, estou feliz por querer enxergar por dois lados, ou por todos.

Que nossos olhos, além da nossa reta (olho no olho), siga diagonais, curvas, rampas e descidas. Sejamos livres pra enxergar com amor.

“(...)

Ai minha amada

Madrugada chegou

E a sua luz me diz que devo partir

Mas meu coração

Não compreende a razão

De me arrancarem de ti

É tanta a mágoa

Desta separação

Que já meu corpo chora a falta do teu

Que esses cantos meus

São como prantos de adeus

Por me arrancarem de ti”

...Naquele papel retangular amarelo com ondinhas no recorte, dobrado e guardado naquele caderninho pequeno cheio de besteiras tão minhas.


quarta-feira, 16 de março de 2011

De me perder completamente em seu colo, em seu sorriso, em suas pintas...Principalmente as 3 marias do pescoço, você e elas, formam uma constelação inteira, a minha constelação favorita, que beijo em todos os abraços, que olho e as acaricio em todos os encontros...
É disso que sinto mais falta.

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Meus laços

O laço que faço hoje no meu tênis eu não aprendi a fazer sozinha
Eu aprendi a fazer laço no cordão da calça laranja que eu tinha,
com a tia;
com a mãe;
ou com a vizinha.
O laço de amor que tenho hoje eu não o criei sozinha
Foi com o amigo;
com o menino;
com o sorriso;
com o desejo que eu tinha.
Os laços que faço hoje são heranças de outros laços
laços de cadarço;
laços de amassos;
de braços;
de amores;
e de fatos.
Estar longe dos laços é uma forma de emendar outros laços
pra que os laços fiquem maiores;
pra que fiquem mais fortes;
E pra que não perca nunca a ponta, a ponta que o segura;
que o apoia;
que puxa;
e empurra.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Grande par de olhos para as orelhas

Os mesmos pingos finos que me molhavam o corpo me refrescavam do calor do caminhar. Notei que o som da natureza fica muito mais alto durante a noite, que os pingos dessa chuvinha fina falam alto, que as folhas amassadas por meus pés gritam, e que o asfalto molhado com o resto do mundo forma mais ou menos uma canção.
Os vazios e vazinhos, a rampa pesada do Pontilhão, a falta de companhia na caminhada e o coração é muita sinfonia. Furtada pelos sons fiquei cega.
Essa noite me roubou o dia e sem querer não quero mais dormir.