quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Grande par de olhos para as orelhas

Os mesmos pingos finos que me molhavam o corpo me refrescavam do calor do caminhar. Notei que o som da natureza fica muito mais alto durante a noite, que os pingos dessa chuvinha fina falam alto, que as folhas amassadas por meus pés gritam, e que o asfalto molhado com o resto do mundo forma mais ou menos uma canção.
Os vazios e vazinhos, a rampa pesada do Pontilhão, a falta de companhia na caminhada e o coração é muita sinfonia. Furtada pelos sons fiquei cega.
Essa noite me roubou o dia e sem querer não quero mais dormir.