segunda-feira, 18 de março de 2013

Amor,



Não é culpa do céu que se acinzentou nesses dias
Nem das garoas, tempestades, temporais sem medidas,
Que sinto por aqui um “quê” de melancolia.
Traços e passos de alegrias são sempre muito bem lembrados
Carícias e peripécias de um amor sem embaraços,
E laços, quantos laços...
Feitos, desfeitos, refeitos.
Tenho cá pra mim o cheiro do conforto do abraço
E em meio a tanta água
Eu sei que só quero os teus braços...
Teus beijos
E nossos amassos.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

de alguns sentidos



Ouvi da boca dele as palavras de calma
De amor
Daquelas que tocam a alma.
Eu vi nos olhos dele a luz que trazia o dia
Com cheiro de café
E pães com sabor de alegria.
Eu li nas mãos dele
Em cada toque dele
Das linhas das palmas
Às do meu corpo
que em cada sopro de vento
estaríamos sempre
eu e ele
ligados por muito além do pensamento.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

dezembro, 2012.


A gente engorda,
o cabelo cresce,
A gente corta.
A gente se preocupa,
sofre,
Depois acorda.
A calça legging
a blusa justa,
a saia justa de cada dia, amém.
Todo dia, a gente aprende a se dar corda,
a aceitar e a recusar,
a se olhar
de maneira sempre nova.
E é sempre necessário renovar as fotos do painel,
trocar de anel,
de perfume,
de percurso.
Hoje gosto mais de maçã,
amanhã mais de cachorro quente.
Às vezes gosto de gente,
de quente,
de reparar em dentes,
ou de tentar viver a evolução das mentes...

O tempo voou. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Preciosidade de Ágatha




Grande Ágatha. A criatura que cativou a criança que gostava, e ainda gosta, da coisa alegre, saltitante, e com vontade de exibir sua brancura e focinho curto. O tempo passou pra ela também.
A vida corre, os tempos mudam, algumas pessoas e bichos se vão, outros ficam na matéria, e se não, pra sempre na mente.  Assim se vai a pequena, sem fazer barulho, sem mostrar para aqueles que a cercam sua dor de cachorrinha, que sai de perto pra morrer sozinha, assim se vai mais uma companheira nossa, aquela que me assistiu crescer e deixando, aos poucos, de lhe jogar a bolinha, aquela que assistiu festas e tragédias, passeios de carro com a cara na janela, banhos de mangueira em dias quentes e chineladas na bunda por aprontar uma aqui e outra alí. Assim conseguimos ver sua hora chegar, os benefícios de sua boa companhia, seus olhos já desbotados se fecharem e é com dor que não quero mais olhar pro seu cantinho.
Entender que a vida é dura e é algo que não dura, não para sempre pelo menos, não é fácil, compreender que apesar do espaço vazio que fica agora, a nossa cachorrinha iluminou caminhos, preencheu solidões nossas e deu continuidade àquela inocência no olhar que só ela sabia ter, de quando ela era apenas a nossa filhote, e hoje, brilha na saudade, e sobe aos poucos ao céu virando uma  estrela alegre. Sentiremos toda falta, fofucha.

sábado, 22 de setembro de 2012

Do mais recente azul




Não sabe se esquenta ou se deixa o mundo cair em água fresca
Se é azul ou cinza
Ou se sem querer, a cor do meu vestido combina com a da sua camisa.
Sabemos
Que seja quente, seja frio, seja fresco, ou ameno
O que vale mesmo é a cor que será refletida
Nos olhos
Bem de perto
Que me apertam
Com carinho
E de quebra,
A gente ainda volta sorrindo.