quarta-feira, 26 de outubro de 2011

à fase.


Parece que já faz tanto tempo que tudo acabou. Parece que faz uma vida que você me deixou.

Não encontro mais nenhum rastro no meu quarto, a não ser a cama vazia que tem hora que grita e grita querer companhia, não consigo chorar mais por muito tempo como antes, nem me descabelar feito doida. Meu ultimo soluço foi no domingo da semana passada.

Depois de picos de desespero e coração apertado, acender o cigarro virou arte para descanso e organização de idéias, qualquer fuga é muito bem vinda, uma distração para a mente e alguma outra para o corpo ajuda a manipular qualquer coisa que já tenha me apavorado. Só sinto ter aprendido a viver sem meu desespero de raiz agora, mas ainda não tenho certeza.

Havia alguém na minha janela ontem, esperando a “família” abrir a porta para mais uma noite de risos e distrações para três cabeças cansadas e três peitos doloridos, mas isso se torna até uma tragédia se lembrar que nossa história, essa mesma história, já está correndo por aí faz tempo, e é tudo tão parecido. Talvez seja o excesso de sentimento e corpo dos três patetas que faça do amor, aquele que se esqueceu de viver, algo maior que o mundo. E nós sempre exageramos.

Tenho uma pilha de livros ao lado da cama, muitas novidades e histórias inéditas para contar. Tenho também, hoje, uma fitinha de sol esquentando o lençol ao meu lado, preguiça de falar sobre a vida e fome, muita fome de gente feliz.


Obs. Tenho vontade também de sapatilhas amarelas para subir as escadas do prédio de olhos vendados, como aquela carta que o Caio Fernando um dia escreveu.

Eu abracei como os namorados da mesma.

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