terça-feira, 4 de dezembro de 2012

dezembro, 2012.


A gente engorda,
o cabelo cresce,
A gente corta.
A gente se preocupa,
sofre,
Depois acorda.
A calça legging
a blusa justa,
a saia justa de cada dia, amém.
Todo dia, a gente aprende a se dar corda,
a aceitar e a recusar,
a se olhar
de maneira sempre nova.
E é sempre necessário renovar as fotos do painel,
trocar de anel,
de perfume,
de percurso.
Hoje gosto mais de maçã,
amanhã mais de cachorro quente.
Às vezes gosto de gente,
de quente,
de reparar em dentes,
ou de tentar viver a evolução das mentes...

O tempo voou. 

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Preciosidade de Ágatha




Grande Ágatha. A criatura que cativou a criança que gostava, e ainda gosta, da coisa alegre, saltitante, e com vontade de exibir sua brancura e focinho curto. O tempo passou pra ela também.
A vida corre, os tempos mudam, algumas pessoas e bichos se vão, outros ficam na matéria, e se não, pra sempre na mente.  Assim se vai a pequena, sem fazer barulho, sem mostrar para aqueles que a cercam sua dor de cachorrinha, que sai de perto pra morrer sozinha, assim se vai mais uma companheira nossa, aquela que me assistiu crescer e deixando, aos poucos, de lhe jogar a bolinha, aquela que assistiu festas e tragédias, passeios de carro com a cara na janela, banhos de mangueira em dias quentes e chineladas na bunda por aprontar uma aqui e outra alí. Assim conseguimos ver sua hora chegar, os benefícios de sua boa companhia, seus olhos já desbotados se fecharem e é com dor que não quero mais olhar pro seu cantinho.
Entender que a vida é dura e é algo que não dura, não para sempre pelo menos, não é fácil, compreender que apesar do espaço vazio que fica agora, a nossa cachorrinha iluminou caminhos, preencheu solidões nossas e deu continuidade àquela inocência no olhar que só ela sabia ter, de quando ela era apenas a nossa filhote, e hoje, brilha na saudade, e sobe aos poucos ao céu virando uma  estrela alegre. Sentiremos toda falta, fofucha.

sábado, 22 de setembro de 2012

Do mais recente azul




Não sabe se esquenta ou se deixa o mundo cair em água fresca
Se é azul ou cinza
Ou se sem querer, a cor do meu vestido combina com a da sua camisa.
Sabemos
Que seja quente, seja frio, seja fresco, ou ameno
O que vale mesmo é a cor que será refletida
Nos olhos
Bem de perto
Que me apertam
Com carinho
E de quebra,
A gente ainda volta sorrindo.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Declaração de um domingo




Inspiração vai pelo ralo e não há produto que preste se não acontecer algo que me faça suspirar e rabiscar. Ganhei jujubas de uma amiga querida e senti, sem estar, minha gata morder meu pé na cama, coisa simples, apenas questão de convivência e a bichinha faz falta. O clima de Assis é sempre diferente pra cada vez que a gente chega e na velocidade de sei lá o que o tempo passa e eu já estou mais tranquila e em outra história interessante, inesperada e confusa. Porque é só mais uma.

É bom estar de ressaca e alma leve, ouvir musica velha sem se preocupar com a nostalgia enquanto sente algo estranho no estômago, sem saber se é a ressaca ou borboletas. Enquanto às jujubas, costumo caçar todas as vermelhas, depois passo pras roxas, pras laranjas, e o resto...

segunda-feira, 23 de abril de 2012




Ouço os passos do sapato que pisotearam o peito de alguém
Ouço sussurros românticos de quem jurou enterrar essa sensibilidade
Ouço os dizeres de quem não consegue se apaixonar e os mando esperar,
Ouço nada.
É com esforço que ela chora, e que se rende a uma merda de cigarrinho
Ouvindo uma melodia qualquer,
De só mais uma mensagem de amor para os infinitos ouvidos de quem aperta o play.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

amizade e moradia


Por aqui choveu
Hoje fiz almoço e ele não foi acompanhado pela nossa trilha sonora de todo dia
Nossa casa esta silenciosa, quase sem melodia
Ninguém reclama do chuveiro
Nem da porta
Nem da vizinha
Há uma falta em nossa cozinha.
Trouxe capas de almofada, tapetes e cartaz, pra deixar a casa mais alegre
Porém, por brincadeira gozada da hipocrisia.
Você não volta
E mais do que uma amiga
Ando sentindo falta da minha irmã dos olhos claros...
E daqueles dias, em que idealizar uma vida melhor era parte dos planos
De algo que duvidamos que não era tão duradouro
A alegria e esperança de viver bem.

sábado, 31 de março de 2012

Origames over


"Eu queria viver
Uma safra de amo
Res menor es
Cavar de um
Cavaco o tro
Co do pão
Recolarecortar"

terça-feira, 20 de março de 2012

Inspiração



Cadê a inspiração
Que de estar correndo entre um pensamento e outro, me escorrem pelos dedos,
Líquida.
Cai e vai para algum canto que não é o meu papel.
A culpa dessa fuga toda é a calmaria
É a falta de amor.
Mas não a falta de vida
De reflexão calada,
De madrugadas bem vividas.
É de muito apreço pelas Maria sem vergonhas que alegram minhas manhãs
que as escritas se guardam para deixar mirar, calminho, o coração à paisagem mais nova de vida.



quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Mudança


Já não era o mesmo.
Os olhos já não atentavam os gatos perdidos pelas ruas
Já não me atentavam
As palavras pouco chegavam a meus ouvidos
E quando chegava, não era o mesmo timbre
Não era a mesma voz
Tentei dançar em outro compasso, acompanhar a nova canção que embalava nossas vidas, já cansadas de tanta conversa
E foi inútil.                         
Eu já não era a mesma.
Minha dança era mambo, bolero, salsa ou samba, não chegava a acompanhar o som do piano no café, e
De repente
Eu já não estava mais ali.
Meus olhos já não atentavam pequenas coisas
Os gatos, porém, continuaram me cruzando a frente, eu só não falava nada...
Minhas palavras pouco saíam,
E minha voz mudou de tom também,
Já não sei o que foi certo, e o que foi errado,
Eu tenho meu tempo agora
Mas sinto que já deu minha hora.

sábado, 14 de janeiro de 2012

O verão aqui de casa

     
      Uma valsa sinestésica me embala nessas tardes cinza e estranhas de verão, é mais ou menos como uma canção que o vento bate e faz “vuuuu” na minha janela, dá vontade de dormir, dá vontade de cantar, dá vontade de chorar, e dá vontade de esquecer.
       Esse frio, calor, gotas e cheiros do dia-a-dia me dão a sensação de que tudo irá se acalmar logo, me dá a certeza de que banhos de cachoeiras salvam sim uma alma quebrada e outra, e que, apesar de tudo, é até bom estar em casa.




sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

algum manual ou a solução

Se eu cair na roda, não me puxe de lá.
Se eu soltar a corda, se existir um lado de lá, pode deixar,
Se eu correr feito doida, gritar e me matar, não me deixe continuar
Mereço um tapa na cara
Um beijo no rosto
Um abraço saudoso
E até um sonho bom.
Mereço acordar com ar. De um tempo pelo menos pra eu sarar.
Porque há uma roda de samba
Uma corda que não é bamba
E um espaço pra eu correr e descansar
Sem esquecer que um dia
Precisei deixar tudo a Deus dará.