quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Entre os sapos da vida, o sapo.

Os coaxás todos me confundiam
tinha um sapo especial, eu sabia
sabia que vinha um dia, sabia que quando viesse eu insistiria, que daria um beijo nele ou o mataria
Sabia...
Ele saltou, discreto, de manso, e me roubou o beijo no meio do pântano
eu não tinha sal
nem tamanho
não tinha coroa, não era rainha
mas aquele grande sapo vinha
e quando chegou bem perto de mim e me beijou, luzes e sinos piscaram e tocaram e eu fiquei esperando a magia.
Quando acordei vi
nunca fui princesa e nunca tive um principe.
O sapo é enrugado, o amor também é
O sapo morre com o sal, e o doce do amor quando misturado com esse tempero se torna morto também
O sapo salta, o caração tabém
O sapo sempre foi feio, desde girino, e aí é que mora a tristeza, na metamorfose do amor, ele já foi bonito.


"Ando pensando em você e isso engravida um pouco as coisas..."