sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Preciosidade de Ágatha




Grande Ágatha. A criatura que cativou a criança que gostava, e ainda gosta, da coisa alegre, saltitante, e com vontade de exibir sua brancura e focinho curto. O tempo passou pra ela também.
A vida corre, os tempos mudam, algumas pessoas e bichos se vão, outros ficam na matéria, e se não, pra sempre na mente.  Assim se vai a pequena, sem fazer barulho, sem mostrar para aqueles que a cercam sua dor de cachorrinha, que sai de perto pra morrer sozinha, assim se vai mais uma companheira nossa, aquela que me assistiu crescer e deixando, aos poucos, de lhe jogar a bolinha, aquela que assistiu festas e tragédias, passeios de carro com a cara na janela, banhos de mangueira em dias quentes e chineladas na bunda por aprontar uma aqui e outra alí. Assim conseguimos ver sua hora chegar, os benefícios de sua boa companhia, seus olhos já desbotados se fecharem e é com dor que não quero mais olhar pro seu cantinho.
Entender que a vida é dura e é algo que não dura, não para sempre pelo menos, não é fácil, compreender que apesar do espaço vazio que fica agora, a nossa cachorrinha iluminou caminhos, preencheu solidões nossas e deu continuidade àquela inocência no olhar que só ela sabia ter, de quando ela era apenas a nossa filhote, e hoje, brilha na saudade, e sobe aos poucos ao céu virando uma  estrela alegre. Sentiremos toda falta, fofucha.

Um comentário: