É como se a loucura fosse o lado mais bonito de ser humano que eu já conheci, é por me olhar no espelho após me ver chorar e simplesmente me acalmar e rir, às vezes até dançar que enxergo que nada é tão ruim assim.
É como se o ciúme, se a tristeza fosse o lado mais bonito de amar, como se a dor existente fosse exatamente o que faz a roda girar, o mundo girar, a vida andar.
Encher a cara, rir e chorar. Não era daquele porre de outro mundo que precisava. Não era do álcool nem da ligação. Era da dor. Era de sofrer pra depois sorrir com mais vontade, com mais raiva, com mais prazer.
Nada é tão ruim assim, nada. Nem o medo da vida que vem, que é, é tão ruim assim.
Lembrei-me daquele poema que me deu certa vez, dizendo da separação. Ele me caiu em cima, perdido entre meus dedos que quase nem lembrava mais. Nostalgia.
Lembrei-me daquela poesia que me fez bêbado na cozinha da casa do teu tio, me caiu na memória de gente sã. Nostalgia.
Eu não lembraria com tanta saudade e alegria se não estivesse tão triste. E é essa dualidade humana que é o lado mais bonito. Estou feliz por não ser feliz o tempo todo, estou feliz por querer enxergar por dois lados, ou por todos.
Que nossos olhos, além da nossa reta (olho no olho), siga diagonais, curvas, rampas e descidas. Sejamos livres pra enxergar com amor.
“(...)
Ai minha amada
Madrugada chegou
E a sua luz me diz que devo partir
Mas meu coração
Não compreende a razão
De me arrancarem de ti
É tanta a mágoa
Desta separação
Que já meu corpo chora a falta do teu
Que esses cantos meus
São como prantos de adeus
Por me arrancarem de ti”
...Naquele papel retangular amarelo com ondinhas no recorte, dobrado e guardado naquele caderninho pequeno cheio de besteiras tão minhas.